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28 de novembro de 2011

ANP impede Chevron de perfurar no país

A Diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP determinou a suspensão das atividades de perfuração no Campo de Frade até que sejam identificadas as causas e os responsáveis pelo vazamento de petróleo e restabelecidas as condições de segurança na área. Essa deliberação suspende toda atividade de perfuração da Chevron do Brasil Ltda. no território nacional.

A ANP rejeitou, na mesma decisão, pedido da concessionária para perfurar novo poço no Campo de Frade com o objetivo de atingir o pré-sal. A Diretoria entende que a perfuração de reservatórios no pré-sal implicaria riscos de natureza idêntica aos ocorridos no poço que originou o vazamento, maiores e agravados pela maior profundidade.

A medida não alcança as atividades necessárias ao abandono definitivo do poço 9-FR-50DP-RJS e a restauração das suas condições de segurança. A decisão se baseou nas análises e observações técnicas da Agência, que evidenciam negligência, por parte da concessionária na apuração de dado fundamental para a perfuração de poços e na elaboração e execução de cronograma de abandono, além de falta de maior atenção às melhores práticas da indústria.

Valor de Mercado em queda
A Chevron perdeu US$ 14,6 bilhões em valor de mercado na comparação à média de seus pares da indústria desde 10 de novembro, quando surgiram as primeiras informações sobre o vazamento de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, informou ontem o "Wall Street Journal". O valor representa uma queda de 7% nas ações da empresa, que teve ontem suas atividades de perfuração suspensas no Brasil.

Segundo o jornal, o desastre da petroleira BP em Macondo no ano passado, que custou 11 vidas e derramou quase 5 milhões de barris de petróleo no Golfo do México, mudou a relação dos mercados com crimes de vazamento de óleo. No pior momento após a catástrofe, o valor da BP chegou a ser US$ 80 bilhões menor, uma queda de 42% em relação aos seus pares do mercado.

"Depois disso, com qualquer derrame, há um temor fundamental sobre o desconhecido", afirmou Robin West, fundador da consultoria PFC Energy, ao jornal.

Chevron produz no Brasil 1% de seu óleo no mundo. Na reportagem, o "Journal" lembra que um mês após o vazamento da Exxon Valdez em 1989, no Alasca, o valor de mercado da empresa era exatamente o mesmo de antes do desastre. E que nas primeiras semanas após o derramamento as ações da companhia caíram no máximo em US$ 3,5 bilhões, uma perda de somente 6%. "Os tempos mudaram" diz.

Outras empresas como ConocoPhillips e Royal Dutch Shell também provocaram derrames de óleo em alto-mar recentemente, na China e no Mar do Norte, respectivamente. O valor de mercado da Shell caiu US$ 3 bilhões, ou cerca de 3%, em relação a seus pares no período do derrame de Gannet Alpha, em agosto, quando vazaram cerca de 1,3 mil barris, segundo as estimativas.

"Os derrames sempre foram um risco no setor e a redução no valor da Chevron parece ser exagerada. Mas o desastre da BP e a necessidade de exploração em ambientes mais difíceis para encontrar petróleo aumentaram os riscos para todos envolvidos", afirma o jornal.

Uma das razões para a reação ser considerada exagerada é que a Chevron produziu apenas 24 mil barris diários de óleo equivalente de petróleo (boe) no Brasil no ano passado, o que representou 1% da produção mundial da empresa, de 2,397 milhões de barris de óleo equivalente. Além disso, as multas que podem chegar a US$ 139 milhões (R$ 260 milhões) representam apenas 0,7% do lucro líquido da companhia no ano passado.

Por outro lado, as operações brasileiras da Chevron foram destacadas nos três balanços trimestrais do grupo neste ano. Foi atribuído ao Brasil, ao lado de Canadá e EUA, um papel de destaque nas novas produções de petróleo pelo mundo.

Segundo a companhia, a produção de petróleo no Campo de Frade, que segue em curso, apesar do acidente no poço exploratório, teria chegado a 79 mil barris de óleo equivalente por dia. A companhia tinha uma expectativa de produzir 90 mil barris de óleo equivalente no campo.

O volume no Brasil segue menor, contudo, na comparação à produção da companhia em outros países, como Nigéria (253 mil barris diários), Angola (161 mil), Indonésia (226 mil) e Tailândia (216 mil). Os EUA concentram a produção da Chevron no mundo, com 708 mil barris por dia em 2010.

19 de novembro de 2011

Vazamento de óleo em plataforma da Chevron

A petrolífera Chevron suspendeu as atividades de perfuração no Campo de Frade - situado na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro -, depois de um vazamento de óleo, quase dez vezes maior que o número informado inicialmente de 60 barris. O vazamento começou no dia 8 de novembro, e chegou a vazar cerca de 300 barris de petróleo por dia, segundo a estimatica da Agência Nacional do Petróleo (ANP). organizações de proteção ambiental contestaram os números, argumentando que o vazamento pode ser até dez vezes maior do que o divulgado.

O poço em questão é de responsabilidade da Chevron, e está localizado a 370 quilômetros do Rio de Janeiro, em uma profundidade de 1.200 metros. O vazamento chamou a atenção das autoridades, e tanto a Polícia Federal quanto o Ibama estão investigando as causas do acidente.

A Chevron Brasil divulgou nota anunciando que realizaou a operação de cimentação para vedar o poço que vazou petróleo no campo de Frade na Bacia de Campos. A empresa também disse que não ocorreram vazamentos na cabeça do poço, e que o fluxo do vazamento se reduziu a um "gotejamento ocasional".

"A Chevron continua monitorando a mancha de óleo, que dissipou-se significativamente. A estimativa atual situa o volume de óleo na superfície do oceano abaixo de 65 barris. A mancha está localizada a cerca de 120 quilômetros do litoral e continua movendo-se em uma direção sul-leste, afastando-se da costa brasileira", diz a nota.